O Covid, a Vida, a Democracia
O Covid19 colocou a Humanidade, Sociedades, Estados e Nações, perante a grande, a maior das questões: a questão da Vida, a luta pela Vida, a defesa da Vida!
Pela primeira vez na história, a defesa da vida implicou com o modo normal de viver e com o quotidiano das pessoas nos mais diversos aspectos da existência (íntimos, privados, públicos).
Confinamento, distanciamento social para travar a doença, a perda de vidas.
Por isso, os Serviços de Saúde não podem parar, antes pelo contrário. Têm sido, os seus profissionais, condicionados aos meios e recursos existentes (insuficientes) os heróis deste combate.
A produção de Energia e respectivos Serviços também não. Assim como a produção de bens alimentares, ou o funcionamento da polícia, dos órgãos de soberania e dos serviços do Estado e das suas diversas instituições.
E temos a “economia”!
Uma “economia” que já não é só a agricultura, a indústria de base, nem a indústria pesada de consumo (automóvel, electrodoméstico, química), uma “economia” que alastra à Alta Cultura (Artes e Letras) à Cultura do Entretenimento (espectáculos musicais, teatrais, cinema, espectáculos “desportivos” e outros), à Cultura Física (ginásios, piscinas, campos de “jogging”), etc.
Uma “economia” que “alimenta” milhões de postos de trabalho, gerando biliões de lucros donde se retiram uns parcos milhões para salários. Salários de miséria, em grande parte, mas que os seus “beneficiários” deles não podem prescindir e, por isso, dia a dia, lutam por os conquistar e manter.
E, a propósito, uma questão surge: Como será, nestas circunstâncias, a vida daqueles que já em tempos “normais” se debatem com enormes e diversas dificuldades? Como será?!
Morte de empresas, morte de postos de trabalho, por razões diversas, a maior parte das vezes razões de lógica capitalista (dita de racionalidade económica) ocorrem nos chamados tempos normais que, e porque estamos a falar de pandemia, poderíamos mesmo considerá-los tempos normais de uma normal pandemia, a pandemia capitalista mais ou menos neoliberal, mais ou menos civilizada, mais ou menos selvagem!
As medidas adoptadas para o combate à pandemia apesar do seu carácter excepcional foram em geral seguidas em todo o mundo.
Tirando os irresponsáveis, os inimigos da humanidade, todo o mundo aceitou seguir o caminho de sacrificar os seus interesses particulares ao interesse geral, à defesa da Vida!
A democracia adapta-se à vida, não se opõe à vida! Não se opõe à vida nem está acima da vida! A Democracia exerce-se para defender a Vida, pelo que só a defesa da Vida pode condicionar os procedimentos da Democracia. A Democracia não pode ser cega.
Morreram empresas, morreram postos de trabalho, ficaram mais pobres muitos trabalhadores e mesmo assim não se evitaram muitos milhares de mortes, muitas perdas de vidas!
Mas, graças ao desenvolvimento da ciência e das tecnologias acompanhadas de uma mais elevada consciência e consideração do valor da vida humana, evitou-se que esta pandemia atingisse a dimensão de antigas catástrofes.
Afinal, lá vamos progredindo!