Cinema – “Isadora”

Realizador: Karel Reisz Intérpretes: Vanessa Redgrave, James Fox, Jason Robards, Ivan Tchenko, John Fraser (Reino Unido/França, 1968)

A recente reabertura das salas de cinema tem possibilitado a revisão de filmes de culto de outro tempo (séc. XX) e proporcionado às jovens gerações a visão e o conhecimento de obras inesquecíveis, pelo tema e pela técnica fílmica.

Isadora Duncan foi uma excelente bailarina que se celebrizou pela inovação revolucionária que imprimiu à dança. Mas também se tornou famosa pelo seu modo de viver.

Independente, livre, sem preconceitos, libertina mesmo, Isadora adoptou uma conduta provocadora perante o amor, a moda e a política.

Certamente devido ao seu comportamento pessoal, apesar do seu talento, nunca foi solicitada por nenhuma das célebres companhias de ballet que procuravam evitá-la o mais possível.

Vivendo entre a sua arte, os espectáculos e os excessos, as mundanidades, as surtidas nocturnas aventurosas, sempre no limiar do perigo, a dançarina era um turbilhão de sensações e emoções fortes, que acabou por ter um fim trágico.

Não foi fácil certamente interpretar esta artista tão diversificada e sempre em movimento. No entanto, Vanessa Redgrave soube centrar-se totalmente na personagem, realizando uma das suas melhores interpretações.

Para a exibição da dança Vanessa Redgrave foi orientada pelo coreógrafo Litz Pisk que, tendo compreendido o sentido mais profundo do movimento de Isadora, o foi reconstruindo paulatinamente com a sua intérprete, aproveitando a maleabilidade física da actriz.

Com este Papel Vanessa Redgrave obteve o «Prémio de Melhor Actriz» no Festival de Cannes de 1968.