PAULA REGO (1935-2022)
Com a edição da Primavera já encerrada, a Seara Nova tomou conhecimento do falecimento de Paula Rego, nome maior das artes plásticas portuguesas, não nos permitindo, por isso, conseguir a colaboração de alguém conhecedor da sua obra para podermos prestar-lhe a homenagem merecida, não deixámos por isso de, de uma forma mais modesta, assinalar neste número o acontecimento.
Paula Rego é incontestavelmente, como inicialmente referimos, um nome maior das artes plásticas portuguesas.
Desde cedo radicada em Londres, aí expõe, em 1962, em mostra organizada pelo The London Group, associação de artistas que integrava nomes como David Hockney, Lucien Freud, Franck Auerbach e Craigie Aitchinson.
A sua primeira exposição individual em Portugal acontece em 1965 na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Em 1954, em Londres, A Slade Scool of Fine Art atribui-lhe o 1º Prémio da Summer Composition.
Seguem-se prémios e distinções diversas, nomeadamente doutoramentos honoris causa pelas mais prestigiadas instituições do Reino Unido, dos EUA e de Portugal (Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 2011).
Em 2004 o Presidente da República Portuguesa, condecora-a com a Grâ-Cruz da Ordem de Sant’Iago de Espada.
Em 2010, a Rainha de Inglaterra nomeia-a Dame Commander of the Order of the British Empire, pela sua contribuição para as Artes.
Artista que usou a sua arte, não só como manifestação da forma mas, também, e de forma inequívoca, na denúncia dos males sociais que ainda persistem nas nossas sociedades democráticas, em entrevista à BBC, disse: “Tento obter justiça para as mulheres … pelo menos nas pinturas … vingança também”. Além de pintora, Paula Rego foi também uma extraordinária artista gráfica. A sua obra nesta área, nomeadamente as “Séries”, são reconhecidas e admiradas ao lado da sua obra pictórica.