Contrariamente ao que a direita política preconizava, confundindo os seus desejos com a realidade, a solução governativa em vigor no País não apenas resistiu, contra ventos e marés e azedumes vários, como permanece fecunda e, desejamos, que promissora.
“A solução governativa em vigor no País não apenas resistiu, contra ventos e marés e azedumes vários, como permanece fecunda e, desejamos, que promissora”
Poderá dizer-se que o Governo constituído, após as eleições de Outubro de 2015, na base do “Protocolo de Entendimento”, assinado por cada uma das forças políticas de esquerda, com expressão parlamentar, não foi, seguramente, “além da troika” – passe a ironia! – mas, pelo contrário, atingiu apreciáveis patamares de satisfação das necessidades colectivas.
De facto, a inversão das políticas praticadas pelo governo do PSD/CDS, com a reposição gradual do poder de compra, o aumento do salário mínimo, e as políticas de redistribuição da renda nacional, mediante a diminuição da carga fiscal sobre quem trabalha, bem como a valorização do trabalho e dos trabalhadores são realizações políticas e sociais, que a generalidade da população portuguesa apoia.
“A inversão das políticas praticadas pelo governo do PSD/CDS, com a reposição gradual do poder de compra, o aumento do salário mínimo, e as políticas de redistribuição da renda nacional, mediante a diminuição da carga fiscal sobre quem trabalha são realizações políticas e sociais, que a generalidade da população portuguesa apoia”
E, para descrédito da direita, que, ao progresso e ao bem-estar dos portugueses, parece preferir o desastre do País e a vinda do diabo, foram não apenas aniquilada a política da austeridade e destruída a falácia das “inevitabilidades”, ao arrepio das suas previsões e dos seus desejos, como também, no mesmo lance, quer dizer, mediante a inversão de tais políticas de desastre nacional e a adopção de medidas “mais amigas” dos cidadãos, o País alcançou o almejado equilíbrio das contas públicas, exactamente, apresentado como fundamento das políticas de austeridade.
“Para descrédito da direita, que, ao progresso e ao bem-estar dos portugueses, parece preferir o desastre do País e a vinda do diabo, foi aniquilada a política da austeridade e destruída a falácia das «inevitabilidades»”
E – pasme-se! – por acção de um governo apoiado pela esquerda, o País saiu do discriminatório “procedimento por deficit excessivo” que as instâncias da União Europeia, arrogantemente, fazem pender sobre os países mais vulneráveis, como se da espada de Dâmocles tratasse, condicionando, assim, por esta via, a acção do Governo e a vida dos portugueses.
E haverá ainda que assinalar a tão proclamada “saída do lixo” e a alteração positiva das célebres notações financeiras do País, não por aquilo que tais decisões valem – afinal são meros instrumentos de dominação política ao serviço do capital financeiro – mas por aquilo que, no plano simbólico, significam. De facto, é, no mínimo, curioso que seja exactamente um governo apoiado pela esquerda quem “convence” tais instituições, ao arrepio das políticas que os corifeus do capitalismo reputam como indispensáveis para atingir tal objectivo.
Julgamos que, neste contexto, perante uma direita desacreditada, frustrada e revanchista, melhor se poderão compreender as pulsões populistas, em especial no PSD, que se manifestaram no decurso da campanha eleitoral para as Autarquias Locais, porventura, como ensaio de uma nova afirmação política, inspirada nos movimentos da extrema-direita, que pululam um pouco por todo o Mundo e, particularmente, na Europa.
“Perante uma direita desacreditada, frustrada e revanchista, melhor se poderão compreender as pulsões populistas, em especial no PSD, que se manifestaram no decurso da campanha eleitoral para as Autarquias Locais”
Noutro plano, haverá ainda que acrescentar, que, hoje em dia, pela “velocidade” de comunicação e pela integração em grandes espaços económicos, mais que nunca, os diversos países mutuamente se influenciam, sem negar, naturalmente, a expressão, a dimensão e as especificidades de cada um. De qualquer forma, o que hoje se passa em Lisboa não é indiferente ao que se passa em Madrid, Paris, Roma, Londres ou Bruxelas e vice-versa.
Quer isto dizer que a solução governativa em vigor no País e as transformações económicas e sociais ao serviço do bem-estar dos cidadãos, que constituem a melhor garantia da continuação do seu êxito, hão-de repercutir-se, em maior ou menor grau, na comunidade dos povos e, em especial, no espaço da União Europeia, despertando, porventura, energias e fomentando vontades em vista às alterações económico-financeiras e políticas, que tão necessárias se fazem sentir.
“A solução governativa em vigor no País e as transformações económicas e sociais ao serviço do bem-estar dos cidadãos, que constituem a melhor garantia da continuação do seu êxito, hão-de repercutir-se”
Importará assim manter a trajectória de progresso e bem-estar dos portugueses e aprofundar as políticas que lhe servem de fundamento, como garantia de elevação do País a padrões mais elevados de desenvolvimento económico, social e cultural.
“Importará assim manter a trajectória de progresso e bem-estar dos portugueses e aprofundar as políticas que lhe servem de fundamento”