Irene Lisboa e a Seara Nova

À memória de Inês Gouveia
Para Violante Magalhães e Carina Infante do Carmo

Em 1983, no âmbito do doutoramento que então preparava sobre a obra de Irene Lisboa (1892–1958), verifiquei que quase nenhum volume estava disponível (raros eram os que havia nos alfarrabistas), o que contribuía para o esquecimento a que a esta escritora versátil e ecléctica estava votada. Autores como Carlos de Oliveira ou José Gomes Ferreira, entre outros, escreveram sobre esse desconhecimento da autora. Tendo nos anos oitenta de novecentos todos os volumes em minha posse depois de aturadas buscas em alfarrabistas de Lisboa, e tendo-me sido oferecidos por Inês Gouveia[1] os poucos que não pude encontrar (nomeadamente, os dois livros de poesia, de 1936 e 37), pensei no que poderia eu fazer para obviar a esse esquecimento, tornando a obra acessível a quem a quisesse ler. Foi então que falei com o Professor Jacinto do Prado Coelho, apresentando-lhe a ideia de fazer uma antologia de textos de Irene publicados na Seara Nova, com periodicidade muito regular, cobrindo as várias tipologias genológicas que Irene praticou. O meu mentor acolheu o projecto com entusiasmo, e fê-lo chegar à Imprensa Nacional – Casa da Moeda, de que era consultor, sendo nesse tempo administrador Vasco Graça Moura. Tendo recebido uma bolsa de doutoramento do então INIC (antepassado do actual Instituto Camões), parti para Paris no dealbar da década de oitenta, levando comigo cópias dos textos de Irene na Seara, na intenção de proceder à antologia, que veio à luz em 1986. Depois de defendida e editada em livro a minha tese[2], iniciei a publicação das Obras de Irene Lisboa na Editorial Presença, a partir de 1991.

Começo por esta nota pessoal na esperança de dar um contributo para a história da edição e da fortuna crítica das obras de Irene, iniciando um processo que, tendo tido a atenção de muitos críticos e merecendo dossiers em revistas de prestígio (Colóquio-Letras ou Relâmpago são as mais destacadas), julgo ter começado a necessária reabilitação da escritora Irene Lisboa aos olhos do público.

Perguntar-se-á: por que razão trabalhei os textos da Seara Nova para a antologia de 1986? Porque, de entre as publicações periódicas em que colaborou (por exemplo, O Diabo, Sol Nascente, Eva, Modas e Bordados – relevantíssimo suplemento de O Século, presença ou Vértice), é na Seara que se encontra o maior e mais vário conjunto de textos de Irene Lisboa em periódicos: conforme registei no prefácio às Folhas soltas da Seara Nova (1929-1955), trata-se de um total de duzentos e trinta e quatro textos, distribuídos entre a crónica e a narrativa, a poesia, a crítica de livros, os textos de pedagogia e o inquérito ao livro (dois volumes, 1944 e 46). Além disso, na Seara usou e desenvolveu assinaturas, incluindo pseudónimos – João Falco, Manuel Soares (para os textos pedagógicos), Irene Lisboa (João Falco) – fazendo a transição entre o pseudónimo e o nome autoral, e Irene Lisboa. De assinalar ainda as séries, tituladas “Coisas poucas”, “Folhas” ou “Folhas soltas” ou “Folhas volantes”, “Momentos”, “Ao acaso”, “Notas”, “Contarelos” ou “Crónicas da Serra”. Nestes títulos, observar-se-á desde logo (e não apenas para obedecer a um limite de caracteres) a poética da brevidade aliada à lupa que se aplica às coisas pequenas, quotidianas, banais, fixando instantes ou flashes, cenas vistas e pormenores, para que se não percam e ascendam à dignidade do texto que as diz e dá a ler, a ver (porque o visualísmo, como técnica descritiva, constitui um eixo fundamental do trabalho poético de Irene). O descritivismo tem duas consequências interligadas, pilares da poética ireniana: a primeira delas é o erguer de cenas, paisagens e personagens diante dos olhos de quem lê, o que em Retórica se chama hipotipose ou ponere ante oculos (este processo, muito antigo, tem entre nós o seu máximo expoente em Cesário Verde – o que Irene bem sabe); a segunda daquelas consequências é o desenvolvimento da arte do retrato, que tantos textos em toda a obra espelham (na Seara, sublinhem-se “A Adelina” (1940) e “Mulheres-a-dias” (1941), como tantas outras peças depois recolhidas em volume).

Além do acolhimento dos seus textos em tão abundante número de páginas, como se manifesta a presença da Seara Nova, revista e chancela editorial, na obra de Irene Lisboa? Acrescente-se ao que já se adiantou o relevo da Seara como chancela editorial em vários dos primeiros livros da autora de Solidão, patente em informações técnicas do colofon respectivo. É o caso dos dois volumes de poesia de João Falco: Um dia e outro dia… ‑ Diário de uma mulher (“Composto e impresso na Tip. da Seara Nova – Calçada do Tejolo 37-A – Lisboa – 1936”), e Outono havias de vir latente triste (“Acabou de se imprimir em Lisboa, na Tipografia da Seara Nova, Calçada do Tejolo, 37-A, aos vinte e dois de Maio de mil novecentos e trinta e sete”). Das palestras de cariz pedagógico, assinadas por Manuel Soares, na série dos Cadernos da Seara Nova – Secção de Estudos Pedagógicos, são publicadas: em 1937 Froebel e Montessori/O trabalho manual nas escolas (Duas conferências pedagógicas); em 38, O primeiro ensino I e II; em 40, A iniciação do cálculo; em 44, Educação (Palestra realizada em 20 de Janeiro de 1944 no Grupo dos Modestos, Porto).

Nos anos de 1944 e 46 são reunidas em volumes todas as peças, primeiro publicadas na revista, do Inquérito ao livro em Portugal, I – Editores e livreiros e Inquérito ao livro em Portugal, II – A arte do livro[3]. Os objectivos são assim expostos por Irene Lisboa na “Explicação” do volume I:

Este inquérito, gizado e conduzido por um só inquiridor, limita-se à provocação e à colheita de critérios sobre o estado actual do livro no mercado, dentro da sua composição material, da sua criação, do seu aspecto artístico, da sua influência sobre o leitor e da crítica literária.

Anunciam-se neste preâmbulo quatro volumes – os dois efectivamente editados, aos quais se juntariam “Autores e críticos” e “O leitor”. São treze os editores e livreiros respondentes (Parceria António Maria Pereira, Cosmos, Livraria Sá da Costa, Gleba, Minerva, Lelo [sic], Arménio Amado, Coimbra Editora estão entre eles), além de páginas dedicadas à legislação da área, à “Biblioteca Cultural Cosmos”, a “Antigas bibliotecas culturais” (com destaque para o papel muito relevante de Alexandre Ferreira, pai de José Gomes Ferreira), à “Biblioteca de Agostinho da Silva”, e por fim à própria Seara Nova, com elucidativa lista de colaboradores de elevada qualidade (pp. 215-216). No segundo tomo a “Explicação” prévia esclarece que “tirando umas duas ou três entrevistas, o presente volume é formado por obra original de vários conhecedores dos problemas artísticos e técnicos do livro”; se virmos que tais colaborações abrem com Luís de Montalvor e prosseguem com, por exemplo, Bernardo Marques e Diogo de Macedo, firme nos fica a certeza da importância da obra.  O projecto foi coordenado por Irene Lisboa – repita-se, para que fique claro o seu papel.

São ainda editadas pela Seara Nova outras peças da bibliografia ireniana. Em 1939, sai Solidão ‑ Notas do punho de uma mulher, ainda assinado João Falco, livro essencial para o trabalho da autora, tanto no plano estilístico (“notas”, designação genológica do campo do fragmento ou de um heterodoxo diário, como já se via no livro de 1936) quanto no da afirmação de uma identidade autoral suspensa entre o pseudónimo masculino e aquele “uma mulher” do subtítulo – obra, em todo o caso, seminal para o percurso de Irene e para a questão genológica que aqui tem um marco essencial na literatura em português. Ainda firmados com o nome João Falco estão os três números da Colecção À Pena, todos de 1940: Lisboa e quem cá vive são os números 1 e 3 (crónicas mais tarde recolhidas em volume), e o número dois, Folhas volantes, é composto por poemas. Dê-se atenção às notas prévias destes preciosos cadernos. No número 1 explica-se assim de que se trata:

Com este folheto se inicia uma colecção de pequenas novelas e crónicas, cujo assunto é o que de mais vulgar cada um de nós pode surpreender.

O folheto nº 1 tem o título de Lisboa e quem cá vive (…). Lisboa dá muito pano para mangas. Basta só atentar um pouco na pulsação da sua vida quotidiana!

Mas Lisboa abre as suas portas e delas se sai para a província e para onde se quer. O folheto “À Pena” também tenciona viajar e levar consigo o seu leitor.

“À Pena” quer dizer: como a pena, instrumento de quem escreve, se comporta em face das coisas deste mundo!

Neste primeiro caderno reúnem-se “Maria José, aquela rapariguinha…” (pp. 5-11) e “O cabeleireiro lá do sítio”[4]. Assinalem-se alguns eixos da arte poética aqui patentes: o “assunto vulgar”, que se refere à atenção a cenas do quotidiano banal, vida em “pulsação”; “Lisboa dá pano para mangas” – escolha de um universo que pode expandir-se sempre, de acordo com uma visão que se desloca e foca a cada passo. Some-se ainda a articulação entre o urbano e o rural, detectando nos rostos e nas pequenas profissões enigmas a contar, dando-lhes o lugar devido; e note-se a tónica posta na “pena, instrumento de quem escreve”, isto é, na materialidade da literatura posta em acção por aquele que a concebe e lhe dá corpo, sendo que a “pena” designa também a técnica do esquisso, do desenho preparatório a que os artistas plásticos se dedicam[5].

Quanto a Folhas volantes, a nota prévia esclarece:

Estas folhas volantes eram para ser dadas ou vendidas nos ajuntamentos das ruas, como as folhas dos cegos. A intenção que têm é de chamar a atenção para coisas que toda a gente conhece, e à força de conhecer nem aprecia.

Não podendo ter o destino alegre e ligeiro de serem espalhadas ao desbarato, destino que lhes tinha sido traçado à nascença e mesmo as tinha motivado, foram reunidas neste folheto. Aqui se oferecem ao gosto dos leitores. Tal qual como folhas soltas, também podem lê-lo e passar adiante; pensar um minuto nos pequenos casos apontados e esquecê-los…

Repare-se, neste caderno preenchido com poemas, nos laços com a poesia popular e as formas orais próximas do romanceiro e da literatura de cordel, que tinha como público principal gente de poucas letras, se não mesmo analfabetos. Acresce ainda a combinação entre os “pequenos casos”, as “coisas que toda a gente conhece” e a efemeridade. Aqui se revelam características fundacionais da escrita de Irene, como a valorização do banal em detrimento do elevado e a valorização do tempo que passa, mas que não volta mais, e que cabe à literatura fixar para que se não apague – antes se erga como monumento feito de palavras, de acordo com o prescrito por Horácio.

No universo das edições de obras de Irene Lisboa em estreita ligação com a Seara Nova devem incluir-se também dois volumes dos anos quarenta que, não tendo a chancela seareira, são compostos e impressos na Gráfica Lisbonense, sita na Rua da Rosa nº 238, porta com porta com a sede da Seara nesses anos (Rua da Rosa, 240). Trata-se de dois livros com menção de “editados pela autora”: Começa uma vida – Novela, de 1940, assinado João Falco; e Esta cidade!, de 1942, assinado Irene Lisboa (João Falco)[6]. Em 1943, sai ainda Apontamentos, com o nome pleno Irene Lisboa[7]. Parece claro que não há nada de acaso no uso desta tipografia.

A fechar este estudo das relações entre Irene Lisboa e a Seara Nova, de entre os mencionados duzentos e trinta e quatro textos de diversa tipologia que a autora de Voltar atrás para quê? viu publicados na revista, quero agora citar e brevemente comentar dois poemas que se ocupam do coração. O primeiro viu a luz no nº 575, de 1938, e é o terceiro painel do tríptico intitulado “Pensamentos tidos num sótão” (pp. 175-176)[8], que João Falco assina:

Coração robusto,
hostil e robusto,
que queres quebrar e enfraquecer,
em ti há
não sei que dureza profunda, que febra,
que lucidez e que violência
que sempre te sustentam!

A cada momento te fechas
como uma ardente flor ferida…
Robusto coração sem consolo,
grosseiro novelo sem ponta!
Mundo, afinal…
Mundo,
força débil e improfícua,
mas indestrutível.

O “coração” é um alter ego, um tu espelho do sujeito que no “robusto” vê as brechas paradoxais de um “enfraquecer”, campo de batalha interior em que, à maneira do mesmo motivo em Antero de Quental ou em Camilo Pessanha, se digladiam as faces de um eu que, por sua vez, representa o “mundo”. Quem assim dialoga com o-outro-de-si situa-se por isso mesmo na arena de uma luta intérmina, lúcida e plena da melancolia característica de muitos escritos de Irene Lisboa.

Nesta esteira, no nº 604 da Seara Nova, de 1939, lê-se um outro poema, de seu título “O coração” (pp. 202-204); cito um excerto:

Escrever um conto?
Um velho, velhíssimo conto,
de variável, incerto conteúdo?
(…)
Era o conto,
que pueril, coitado!
Do coração…
(…)
E por isso vi,
nitidamente vi o meu coração cá fora.
(…)
Anos depois, se me não engano,
tive outra fantasia sobre o coração.
Sentia-o debaixo de lages,
ou de pesados toros.
Oprimiam-mo.
Mas ele batia sempre.
E eu bradava-lhe:
Ó estúpido, porque não morres?
E ele com teima traz, traz, traz…
(…)
Como é que um músculo como um punho,
(…)
conseguia abanar as pedras,
podia com elas,
suspirava, suspirava
e resistia?
(…)

A recorrente “fantasia” daquele coração batendo, impondo-se à pulsão de morte, é um impulso vitalista contrapondo-se à “dor sufocante/ e sufocada/ de viver!” (lê-se uns versos depois). A mecânica que o faz persistir, “músculo como um punho”, funciona como espelho reverso do eu dolorista e desistente, princípio de resiliência natural que não conhece o sentimento, a melancolia ou a tristeza. Em “nitidamente vi o meu coração cá fora”, o eu vê o duplo de si, aquele que resiste e dura. A matéria do corpo vence a luta com a mente – a vida impõe-se e permanece. E pela escrita é que opera o pensamento mágico, concretizando e garantindo a vida.

Irene Lisboa e a Seara Nova: o que aqui se procurou pôr em evidência foram aspectos de uma relação fortíssima em vários planos. Os seareiros ganharam com a assídua presença de Irene nas páginas e nos escritórios da revista; sem ela, Irene teria encontrado outras vias no seu custoso percurso de escritora, mas a companhia dos que nos mesmos anos publicaram, pensaram e fizeram a Seara Nova teve, estou em crer, o maior relevo para a autora de Solidão.

*A autora não usa o chamado Acordo Ortográfico.
Obras de Irene Lisboa (mencionadas neste estudo)
. 13 Contarelos que IRENE escreveu e Ilda ilustrou, s/d, 1926.
. João Falco:
. Um dia e outro dia... ‑ Diário de uma mulher, Lisboa, Seara Nova, 1936.
. Outono havias de vir latente triste, Lisboa, Seara Nova, 1937.
. reed Poesia I., com "Breve introdução à poesia de Irene Lisboa” por José Gomes Ferreira (1978) e prefácio de Paula Morão, Lisboa, Editorial Presença – Obras de Irene Lisboa, vol. I, 1991.
. Manuel Soares:
. Froebel e Montessori / O trabalho manual nas escolas (Duas conferências pedagógicas), Cadernos da Seara Nova – Secção de Estudos Pedagógicos Lisboa, Seara Nova, 1937.
. O primeiro ensino I, Cadernos da Seara Nova – Secção de Estudos Pedagógicos, Lisboa, Seara Nova, 1938.
. O primeiro ensino II, Cadernos da Seara Nova – Secção de Estudos Pedagógicos, Lisboa, Seara Nova, 1938.
. A iniciação do cálculo, Cadernos da Seara Nova – Secção de Estudos Pedagógicos, Lisboa, Seara Nova, 1940.
. João Falco. Solidão ‑ Notas do punho de uma mulher, Lisboa, Seara Nova, 1939, reed. com prefácio de Paula Morão, Lisboa, Editorial Presença – Obras de Irene Lisboa, vol. II, 1992.
. João Falco
. Lisboa e quem cá vive, Colecção À Pena, nº 1, Lisboa, Seara Nova, 1940.
. Folhas volantes, Colecção À Pena, nº 2, Lisboa, Seara Nova, 1940.
. Lisboa e quem cá vive, Colecção À Pena, nº 3, Lisboa, Seara Nova, 1940.
. João Falco. Começa uma vida ‑ Novela, edição da autora, capa e ilustrações de Maria Keil, 1940; reed. com prefácio de Paula Morão, Lisboa, Editorial Presença – Obras de Irene Lisboa, vol. III, 1993.
. Irene Lisboa (João Falco). Esta cidade!, edição da autora, capa de Ilda Moreira, 1942; reed. com prefácio de Paula Morão, Lisboa, Editorial Presença – Obras de Irene Lisboa, vol. V, 1995.
. Irene Lisboa. Apontamentos, 1943; reed. com prefácio de Paula Morão, Lisboa, Editorial Presença – Obras de Irene Lisboa, vol. VIII, 1997.
. Irene Lisboa, Educação (Palestra realizada em 20 de Janeiro de 1944 no Grupo dos Modestos, Porto), Cadernos da Seara Nova, Lisboa, Seara Nova, 1944.
. Irene Lisboa
. Inquérito ao livro em Portugal, I- Editores e livreiros, Lisboa, Seara Nova, 1944.
. Inquérito ao livro em Portugal, II – A arte do livro, Lisboa, Seara Nova, 1946.
. Irene Lisboa. Folhas Soltas da "Seara Nova” - 1929-1955, antologia, prefácio e notas de Paula Morão, Lisboa, IN/CM, 1986.
Referências (selecção)
. Colóquio - Letras, nº 131 - "Voltar a Irene Lisboa", 1994; artigos de, entre outros, Óscar Lopes, Paula Morão, Fernando J.B.Martinho, F.J.Vieira Pimentel, Fernando Guimarães, Helena Buescu, Mª João Reynaud, Silvina Rodrigues Lopes, Isabel Allegro de Magalhães, Luisa Dacosta, Catherine Dumas.
. FERREIRA, José Gomes Ferreira, “Breve introdução à poesia de Irene Lisboa” (Março de 1978), in Poesia I (1978), Obras de Irene Lisboa, Lisboa, Editorial Presença, 1991; pp. 17-30.
. FLORÊNCIO, Violante. A literatura para crianças e jovens em Irene Lisboa, Porto, Edições Asa, 1994.
. Irene Lisboa: 1892 - 1958, catálogo, coordenação de Paula Morão e Manuela Rêgo, Lisboa, Biblioteca Nacional, 1988; inclui textos de Inês Gouveia, Ilda Moreira, Paula Morão, Violante Florêncio, Rogério Fernandes e Ivone Leal.
. MORÃO, Paula.
. O essencial sobre Irene Lisboa, Lisboa, col. O Essencial nº1, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.
. Irene Lisboa – Vida e escrita, Lisboa, Presença, 1989.
. O secreto e o real – Ensaios sobre Literatura Portuguesa, Lisboa, Campo da Comunicação, 2011; “Memórias de infância – Alguns exemplos portugueses” [2003]- pp.143-158,“’As infinitamente delicadas coisas do espírito’- Notas sobre a poética de Irene Lisboa” [1998]- pp.333-337, “A dor, o tempo e o sujeito que escreve em Irene Lisboa” [2001] - pp.339-351; “Maria Judite de Carvalho, herdeira de Irene Lisboa?” – pp. 441-451.
. OLIVEIRA, Carlos de. “À espera de leitores”, in O aprendiz de feiticeiro, 3ªed.corrigida, Lisboa, Sá da Costa, 1979, pp. 167-171.
. Relâmpago – Revista de poesia, nº31-32 – Irene Lisboa, Outubro 2012- Abril 2013; Irene Lisboa, “Uma tarde” (poema inédito); artigos de Carina Infante do Carmo, Fernando J.B.Martinho, Gastão Cruz, Joana Matos Frias; testemunhos de Fernando Pinto do Amaral, José Bento, Luís Amaro, Luísa Dacosta, Maria Velho da Costa, Nuno Júdice; biografia e bibliografia, Paula Morão; fotografias, reprodução de capas, manuscritos e outros documentos.
. ROCHA [Viegas], Clara. Irene Lisboa lembrada por alguns que a não esqueceram, Videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, 1993.  (70 minutos). Reed. em DVD, s/d [2008] : Museu Municipal Irene Lisboa, Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos museus@cm-arruda.pt , www.cm-arruda.pt ; inclui Cancioneiro 5 – Irene Lisboa  -  Pequeno filme sobre Irene Lisboa com entrevista a Ilda Moreira e leitura de dois poemas da escritora, coord. Fernanda Lapa e Sinde Filipe, RTP, 1974 (26 minutos). youtube.com/watch?v=LMm6H5MMPss
Notas:
[1] Filha de Ilda Moreira, amiga de Irene Lisboa desde a Escola Normal em que ambas se formaram.
[2] Cf. Bibliografia: Irene Lisboa - Vida e escrita, 1989.
[3] Este Inquérito ganharia muito em ser estudado por quantos hoje desenvolvem pesquisa sobre este assunto, quer nas universidades quer, fora delas, profissionais do ramo; o exemplo mais recente é a obra de Rui Beja Democracia do livro em Portugal – Transições, protagonistas e evolução sociocultural, Lisboa, Âncora, 2019 (Rui Beja, editor, foi Presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros em 2008-2009, entre outras funções desempenhadas).
[4] Estes textos serão recolhidos em Irene Lisboa (João Falco), Esta cidade!, de 1942, com os títulos ligeiramente modificados: “Rapariguinha da rua” (pp. 283-289) e “No cabeleireiro” (pp. 137-151).
[5] Não há referência à autoria de capa, de design muito sóbrio e competente, dos cadernos À Pena nem das obras já mencionadas. Em outros casos, porém, a autoria de capa e de ilustrações é expressamente mencionada: veja-se 13 Contarelos que IRENE escreveu e Ilda ilustrou, s/d (1926), primeiro livro publicado, “composto e impresso na tipografia da Escola Normal Primária de Lisboa” (usando apenas os nomes próprios das jovens professoras Irene Lisboa e Ilda Moreira). Ou vejam-se a capa e as ilustrações de Maria Keil para Começa uma vida, de 1940, e a belíssima capa de Ilda Moreira para o volume de 1942 Esta cidade!.
[6] No meu prefácio à antologia Folhas soltas da Seara Nova (1929 – 1955), de 1986, estudei já “A relação entre o nome próprio e a pseudonímia” (pp. 21-30). Notando que “do nº 690, de 30/11/1940, e até ao nº762, de 21/3/1942 [da Seara Nova], dezasseis textos são assinados Irene Lisboa (João Falco)”, operando a escritora a “transição para o uso pleno do seu nome próprio” (p.29).
[7] “Acabou de se imprimir este livro em Lisboa, na Gráfica Lisbonense, Rua da Rosa, duzentos e trinta e oito, aos vinte e nove de Abril de mil novecentos e quarenta e três”.
[8] Cito estes textos usando as páginas da antologia referida.