Este é o primeiro número do 2º Centenário da Seara Nova.

Sem rupturas, sem novas orientações, a Seara propõe-se continuar, honrando assim a memória dos seus fundadores e de todos aqueles que até hoje, de forma empenhada e abnegada, têm dado o melhor do seu saber à concretização do sonho dos nossos ilustres antepassados, nomeadamente procurando manter aceso o tão inestimável espírito seareiro que pelo carácter que desde o início assumiu se transformou em verdadeiro património identitário da Seara. O seu carácter de incentivador e mobilizador para as lutas pelos mais nobres ideais humanos, liberdade, democracia, fraternidade, solidariedade, empenhamento constante na procura de mais conhecimento, continua vivo e, no complexo mundo onde hoje habitamos, ferramenta, instrumento de trabalho que nos orienta nesta dura tarefa de continuar a levar por diante, tão exultante projecto agora com mais de cem anos!

É nosso propósito, desde que, após o 25 de Abril assumimos a responsabilidade de em condições totalmente novas e diversas que impunham uma atenção e um estudo em moldes novos de todos os fenómenos que iam ocorrendo na sociedade, continuar, embora em moldes diversos, a adequar, a “sujeitar” a Seara ao espírito seareiro. Espírito seareiro que tem, ainda hoje, face à complexidade social e política que a generalidade dos problemas apresenta, lugar e sentido.

E assim temos vindo a procurar a colaboração de intelectuais, políticos, gente da cultura e das artes que pela sua intervenção pública ou pelas suas obras nos parecem integrar-se no espírito seareiro que pretendemos manter vivo nas páginas da revista.

Desde que assumimos, nesta nova fase iniciada em 1996, esta empresa, passaram pelas páginas da revista mais de duzentos colaboradores, homens e mulheres, das mais diversas áreas: cultura, ciência, política, artes, letras, jornalistas, etc. nomeadamente alguns estrangeiros.

Num esforço para angariar novos assinantes e leitores, para além das iniciativas distribuídas pelo país relacionadas com as comemorações do Centenário, com destaque para a Exposição Itinerante e as Conferências na Gulbenkian, no Museu do Aljube, na Universidade de Évora, entre outras, Conferências para as quais foi fundamental a inestimável intervenção do Prof. Luís Andrade da Universidade Nova de Lisboa e criador do sítio Revistas de Ideias e Cultura, levámos a cabo, a partir do número 1749 (Inverno 2019) uma reformulação gráfica que, inovando esteticamente, tornámos a revista mais legível em termos de organização dos textos.

A permanente renovação e actualização, quer na forma, quer no conteúdo, é preocupação da equipa que teima em manter regularmente, trimestralmente, a revista nas bancas, nas caixas de correio dos assinantes e online!

E assim, porque, para a reforma das mentalidades, objectivo dos notabilíssimos fundadores desta nossa Seara, todos nunca somos demais, aqui estamos, para continuar.