EFEMÉRIDES
Jorge Vieira
Nasceu a 16 de Novembro de 1922 em Lisboa.
Estudante ainda participa já nas Exposições Gerais de Artes Plásticas de 1947 a 1951.
Realiza a sua primeira Exposição Individual na SNBA em 1949.
A sua escultura para o Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido foi selecionada, num concurso em que participou, em 1953, patrocinado pelo Institut of Contemporary Arts, de Londres, premiada e exibida na Tate Gallery, vindo mais tarde a ser mostrada na II Bienal de S. Paulo no Brasil.
Ironicamente, em Portugal, é só em 1994 que se concretiza, na cidade de Beja, a construção do monumento.
Em 1958, Jorge Vieira, é o único escultor português a ser seleccionado para a exposição 50 ans d’art modern que ocorreu durante a Feira Internacional de Bruxelas desse ano.
Devido às suas posições políticas, que assumia com toda a frontalidade, foi impedido de aceder à docência da cadeira de escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1998 cria, para a EXPO, a escultura Homem-Sol.
Faleceu em Estremoz a 23 de Dezembro de 1998.
José Craveirinha
Nasceu em 28 de Maio de 1922, em Maputo (Moçambique).
Segundo Rui Knopfli, «a incomensurável distância – o maior poeta africano de expressão portuguesa».
Estreou-se em 1955 no Brado Africano de Lourenço Marques, onde era jornalista, tendo sido o primeiro jornalista oficialmente sindicalizado. O seu primeiro livro Chigubo, editado em Lisboa pela Casa dos Estudantes do Império e logo apreendido pela PIDE serviu a esta para basear a acusação que o haveria de levar, entre 1965 e 1969, à prisão.
Prémio Camões em 1991, tinha-lhe já, antes, em 1962, sido atribuído o Prémio Alexandre Dáskalos, da Casa dos Estudantes do Império. Para além dos diversos prémios que viu serem-lhe atribuídos em Moçambique e no Brasil, obteve ainda, em Itália o Prémio Nacional de Poesia e o Prémio Lotus da Associação de Escritores Afro-Asiáticos. Está traduzido em várias línguas.
Faleceu em Johanesburgo (África do Sul) a 6 de Fevereiro de 2003.
Nuno Teotónio Pereira
Nasceu em Lisboa a 30 de Janeiro de 1922.
Inicia a sua actividade no campo da arquitectura escrevendo os seus primeiros artigos para a revista “Técnica” da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico em 1944.
Em 1950 organiza o primeiro inquérito feito em Portugal sobre as condições de utilização dos edifícios plurifamiliares no âmbito de um curso da Juventude Universitária Católica (JUC) da Escola Nacional de Belas-Artes de Lisboa.
É fundador da publicação clandestina Direito à Informação (1963-69) assim como da Cooperativa Cultural Pragma (Abril de 1964-72). Em Abril de 1967, no âmbito do processo para encerramento da Cooperativa é preso.
Está entre os organizadores da vigília de 1 de Janeiro de 1969 na Capela do Rato.
Em Dezembro de 1969 integra o grupo fundador da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos e em 1970 é preso pela segunda vez no âmbito do processo dos Cadernos GEDOC.
Em Outubro de 1972 é um dos fundadores do BAC – Boletim Anti-Colonial.
Noutra vigília na Capela do Rato, iniciada a 30 de Dezembro de 1972, é preso pela terceira vez a 31 de Dezembro.
É preso pela quarta vez, com outros elementos do BAC, em 24 de Novembro de 1973, saindo em 27 de Abril de 1974, em consequência do 25 de Abril.
Foi-lhe atribuída, em 2003 pela Universidade do Porto e em 2005 pela Universidade de Lisboa, o título de Doutor Honoris Causa.
Faleceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 2016.
Pedro da Silveira
Nasceu em 5 de Setembro de 1922, na Fajã Grande (Ilha das Flores, Açores).
Integra, em Ponta Delgada, a partir de 1945, o grupo intelectual que se forma à volta do jornal A Ilha onde colabora assiduamente.
Muda-se para Lisboa em 1951, onde vem a viver até á morte.
Publica a sua primeira obra poética, A Ilha e o Mundo, em 1953. Seguem-se, Sinais de Oeste (1962), Corografias (1985), Poema Ausente (1999).
Saído, entretanto, o 1º Volume publicado da obra Fui ao Mar Buscar Laranjas, contém, sob o subtítulo de Primeira Voz, 20 poemas inéditos escritos entre 1942 e 46, que Pedro da Silveira considera serem a sua primeira produção poética.
Pedro da Silveira foi um seareiro. Inicia a sua colaboração na Seara Nova em 1952 com crítica literária e outras crónicas. Vai ser uma longa colaboração que se estende por cerca de cinquenta números até 1974.
Faleceu em Lisboa a 13 de Abril de 2003.