Efemérides 2023
António Vera
José António Vera de Azevedo nasceu em Lisboa a 22 de Junho de 1923.
O poeta conheceu as suas primícias literárias na década de 1950. Nessa época, colaborou nas principais revistas literárias, entre as quais a Seara Nova, Atlântico, Távola Redonda e Árvore. Tendo colaborado mais tarde, na década de 1990, no periódico Das Artes e Das Letras, suplemento literário do jornal O Primeiro de Janeiro; no jornal literário As Artes Entre as Letras, Artes & Artes, jornal de estudos, letras e artes, e também no jornal O Lavra, tendo ainda participado em diversos livros colectivos com outros poetas.
Por ossos do ofício, pelo trabalho intenso, admoestado pela ex-PIDE-DGS, e também pelas contínuas viagens, não lhe foi possível manter-se em contacto com amigos e escritores, tendo passado a «escrever para a gaveta». Viria a publicar a sua obra em volume entre 1998 e 2012, tendo publicado nesse período onze livros.
Faleceu em Lisboa a 26 de Dezembro de 2012.
Francisco Dias da Costa
Nasceu na aldeia de Monte do Trigo no concelho de Portel em 17 de Janeiro de 1923.
Iniciou cedo a sua actividade política tendo integrado o MUD Juvenil. Preso pela PIDE em 1946, aos 24 anos, voltou, cerca de oito anos depois a ser encarcerado pela ditadura fascista de Salazar. Participou nas campanhas eleitorais de Norton de Matos e de Humberto Delgado e no III Congresso da Oposição Democrática, na cidade de Aveiro em 1973. Teve papel relevante como dirigente da Oposição Democrática do Algarve. Manteve o seu activismo político após a Revolução do 25 de Abril de 1974 contribuindo com a sua experiência e empenhamento para a consolidação da democracia. Foi membro do Conselho Europeu para a Paz e Cooperação.
Enquanto jornalista, colaborou no Diário do Alentejo, no República, na revista Vértice, na Seara Nova e na revista Ayuntamento de Cáceres de Espanha.
Faleceu em Tavira a 8 de Agosto de 2003.
Luís Amaro
Nasceu em Aljustrel a 5 de Maio de 1923. Poeta, Bibliófilo e escritor autodidacta, um dos mais destacados vultos da nossa cultura, estreou-se aos doze anos no semanário Ala Esquerda, de Beja.
Fundou, com António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raul de Carvalho, a revista de poesia Árvore (1951-1953). Publica na Seara Nova, entre 1943 e 1948, alguma da sua poesia. Desde os finais dos anos sessenta até à sua aposentação em 1989 secretariou e codirigiu a revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. O seu único livro Dádiva (1949) foi reeditado, com o título Diário íntimo, em 1975, 2006 e 2011.
A sua poesia concilia a tradição herdada dos poetas presencistas com alguma da poesia neo-realista, nomeadamente a de Carlos de Oliveira.
Luiz Pacheco chamou-lhe «um poeta raro» e Jorge de Sena dizia que a sua poesia se caracteriza «por um tom muito discreto e vagamente angustiado, que não chega ao confessionalismo e se mantém numa pessoal reserva quase solipsista e desencantada».
Faleceu em Lisboa, a 24 de Agosto de 2018.
Madalena de Azeredo Perdigão
Nasceu na Figueira da Foz a 28 de Abril de 1923.
Cria e dirige, na Fundação Gulbenkian, o Serviço de Música (1958-1974) e, posteriormente, o Serviço ACARTE (1984-1989) dois instrumentos de fundamental importância para o desenvolvimento da Arte em Portugal, nomeadamente no apoio à actividade criativa das camadas mais jovens.
Assumindo-se como “agitadora cultural”, cria ainda a Orquestra em 1962, o Coro em 1964 e o Ballet Gulbenkian em 1965.
Personalidade respeitada e admirada desenvolveu intensa actividade em prol da educação e cultura em Portugal, integrando diversos projetos e organismos a esse fim dedicados.
Faleceu em Lisboa a 5 de Dezembro de 1989.